o que importa? na satisfação garantida de ter todos os meus caprichos realizados, me recolho à grande insignificância que tenho diante do mundo. sou massante. falo do retórico como se discorresse sobre filosofia, mostro a pior parte do meu caráter com o simples objetivo de granjear estima. o ser humano não se sente atraído pelo correto, e acredite, aprendi isso da maneira mais difícil, depois de quase morrer defendendo meus ideais puritanos de felicidade. isso não existe. a felicidade é utópica, invenção do homem, que precisa se apegar a essa idéia pra não enlouquecer. o mais difícil eu já fiz: reconheci que sou louca.
não pretendo convencer ninguém, não sou oscar wilde. minha eloquência é vulgar, cínica, quase obcena. não sou requintada, não posso reconhecer em mim qualquer traço de grandiosidade. sou tão ínfima e desprezível que até meu amigo invisível deixou de me visitar. agora falo sozinha.
detalhes à parte, sinto uma espécie de liberdade que considerava perdida, provavelmente por tantos conceitos pré-estabelecidos, tantas mentes respirando as mesmas aspirações.. agora me sinto mais fiel à mim mesma do que jamais fui. aprendi, enfim, que o egoísmo é a maior virtude do ser humano são.
a vida, então, nada mais é do que a repetição insana da necessidade de viver do ser humano. teorias e teorias sobre o caos inventado e nunca chego à conclusão nenhuma. ou melhor, sempre tenho 5 ou 6 conclusões pra cada questionamento, o que me torna até mais ignorante do que a grande massa, já que mesmo com um grande leque de possibilidades, sempre escolho o desistir. mais uma demonstração da minha inclinação pro banal.
hoje eu tô meio hedonista, mas sem valorizar a beleza palpável. talvez isso descaracterize completamente o hedonismo, mas é que tô com tanto sono que não saberia me explicar melhor. analogias, sacam? até dói essa coisa da incapacidade de falar, mas me acostumei demais com o comodismo pra lutar. coisas infrutíferas não fazem mais parte da minha rotina mental. pelo menos nada além do corriqueiro sadio, que estimula os olhos a permanecerem abertos. vivo exclusivamente pra essas horas de filosofia barata. de livro em livro, filme em filme, acho que finalmente encontrei meu eu. e isso existe, mesmo que a gente passe a vida a negar. o eu está lá no fundo, esperando uma chance pra se manifestar. o meu já tomou conta de mim, e finalmente me tornei uma escrava da minha própria subserviência. sei que isso foi extremamente estranho, mas não me importo. não quero compreensão, quero única e exclusivamente continuar escrevendo.
o sentido das coisas me escapa completamente, e eu discuto apenas pelo prazer de me sentir viva. eu não quero entender, tampouco aceitar. quero apenas a sorte de poder me largar e aceitar essa vaga idéia de verdade que nos cerca, pra poder pisar em algo concreto. só isso. cansei de escrever.
obrigada pelos comentários todos, tô meio sem tempo de responder os emails e scraps, mas sempre leio, gente. valeu meeeesmo. e vou começar a postar mais, prometo :D
p.s.: sim, o título do post é uma ironia