我的唯一的上瘾将要是困难的

我的唯一的上瘾将要是困难的

quarta-feira, 27 de junho de 2007

mudança de hábito

nossa casa sem você fica sem teto
sem portas, e com paredes no chão
porque você é meu amparo.
a tristeza que a alegria aborta,
logo vira desespero
pois você é a imensidão..
meus dias são torturas,
das quais as horas são chicotes
porque você é o meu tempo..
minha boca fica amarga, pois você é a docura
do meu discurso e sentimento.


não sei de quem é essa poesia.. eu decorei quando era ainda muito pequena.. aí digitei no google e não apareceu nada.. enfim, lembrei dela essa madrugada, acho que combina muito com meus últimos dias.. meses, anos, sei lá.
a vida seria mais fácil se a gente aprendesse com os erros alheios, com a sabedoria popular.. mas a maioria das pessoas não é sábia a esse ponto. eu faço parte dessa massa, dessas pessoas que às vezes nem se fodendo tomam jeito.
essa foi a milionésima noite em que dormi menos de 4 horas. meu raciocínio tá uma coisa irrefreável, minha mente tá hiper ativa, não quer nem pensar em arrefecer e me dar um descanso. eu deito na cama e começo a pensar em milhões de soluções pros meus problemas, milhares de frases de efeito pra usar em discussões que eu própria planejo, e, é claro, saio como vencedora. quer dizer, sou quase esquizofrênica. ou tenho transtorno bipolar. ou sou megalomaníaca. ou, sei lá, sou apenas covarde.
parece que eu tô passando por um mundo muito inferior a tudo isso, cheio de estratagemas, armadilhazinhas, coisas do nível. então eu tento descansar e te vejo pelo corredor passando, como eu já vi tantas vezes nos meus sonhos mais óbvios e desgastados. parece que tô camuflada, invisível porém desprotegida, vulnerável pra caralho a essa sua pose irritantemente superior às vissicitudes, às garotas normais. e você me ama. você me acha incrível, e vem na minha direção, rindo daquele jeito impertinente que você ri quando tem uma piada desgraçada na cabeça. vc faz um cavalo de pau na frente da minha casa, eu entro no carro, você vai me levar pra outro alguém, quando no meio do caminho me dou conta de que é você que eu quero. você que eu sempre quis, durante todos esses anos confusos que a gente passou se degladiando entre esse amor de bicho, esse amor de quem não sabe amar. a gente nunca aprendeu, por isso a gente se machuca toda hora. a gente só não morre porque queremos viver pra ver o que vai acontecer.
e eu sei que você entende, mesmo que não faça idéia de qualquer coisa a meu respeito. a gente é assim.

sobre você, é isso que tenho a dizer. tô pensando em ti com uma constância incrível nos últimos dias, mais ainda do que o normal. e você nunca vai nem fazer idéia disso.
pra terminar esse post ridículo, vou colocar uma música do cara que eu mais amo na vida, pra ver se salvo pelo menos uma parte desses 15 minutos perdidos.

obrigado/por ter se mandado/ter me condenado a tanta liberdade/pelas tardes, nunca foi tão tarde/teus abraços, tuas ameaças/obrigado/por eu ter te amado/com a fidelidade de um bicho amestrado/pelas vezes que eu chorei sem vontade/pra te impressionar, causar piedade/pelos dias de cão,/muito obrigado pela frase feita/por esculhambar meu coração/antiquado e careta/me trair, me dar inspiração/pra eu ganhar dinheiro/obrigado/por ter se mandado/ter me acordado pra realidade/das pessoas que eu já nem lembrava/pareciam todas ter a tua cara/obrigado/por não ter voltado/pra buscar as coisas que se acabaram/e também por não ter dito obrigado/ter levado a ingratidão bem guardada.

essa é pela foto, pelas noites insones e por todas as merdas que eu fiz durante 3 anos e nunca deram em nada.