我的唯一的上瘾将要是困难的

我的唯一的上瘾将要是困难的

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ahn?! comassim?!

saudade. de um monte de coisa, e de fazer nada também, embora eu esteja mais desocupada a cada dia que passa. eu tô com saudade de coisas que nem fiz ainda, e de pessoas que, meu deus, são tão incríveis que até conseguem me deixar feliz.

vou falar pra vocês, o tempo voa. ele não para pra gente consertar nossos erros ou superar nossas mágoas. o tempo corre, e se a gente não se permitir viver o impossível, a vida passa como um flash e lá no finzinho dela, a morte vai ter uma sensação de culpa. e eu não quero que a minha seja assim, quero chegar no fim com a sensação de dever cumprido, morrer dormindo e ser enterrada com um puta sorriso no rosto, pra ironizar quem me fez mal e consolar quem me fez bem. pode ser um grande clichê, mas a maior vingança é ser feliz.

posso estar bem apenas por hoje, mas me basta. eu tô bem, pelo menos. e é tão bom sentir nostalgia quando se está feliz. saudade de ontem, cara, que foi incrível.. e amanhã, que provavelmente vai ser até melhor. eu vejo um horizonte com uma felicidade gritante daqui pra frente, todo o tipo de satisfação pra quem faz por merecer. ontem eu percebi que se simplesmente deixaramos de nos guiar por idéias pré-concebidas ou parar de tentar agradar, tardes nubladas podem ser extremamente engraçadas, com direito a água com sabor de álcool e caídas na frente do shopping atlântico. crianças podem ser mais divertidas que as pessoas glamourosas que veneramos e, meu deus, eu não faço idéia se alguém vai entender o que estou falando, mas nem faço questão de compreensão. não escrevo a sééculos, só queria mesmo perpetuar essa semana.

porque a gente fecha os olhos pras coisas mais importantes, e na hora que bate a tristeza, é bem mais fácil culpar o mundo do que olhar pra dentro de si mesmo e perceber que somos os únicos culpados da nossa infelicidade. como dizia mário quintana (acho que era ele), nosso maior problema é que os outros não tem nada a ver com isso. e ele tá certo. pros outros, foda-se se estamos bem ou não, porque temos obrigações a cumprir. isso é viver em sociedade, isso é ser humano. e como ele também diria, "há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer".

então, meus queridos leitores, lindos, minhas paixões (tá, tá, parei): não deixem de viver, porra. eu deixei de viver alguns meses da minha vida, e, cara, eu não vou ter 17 anos pra sempre. vivam! assim que terminarem de ler esse post, simplesmente falem pros seus amigos no msn o quanto eles são importantes, e depois disso, saiam de casa e se divirtam. bebam por mim, porque eu não posso. e beijem seus namorados e namoradas, e se forem apaixonados por alguém, se declarem. não esqueçam de falar pros seus pais que os amam, porque eles fazem tanta falta que às vezes até o ar falta (sacaram?). isso é viver. o resto é resto. a gente vive por momentos de felicidade, e quanto mais momentos desses a gente puder ter, tanto melhor pra gente. e pros que nos amam. e é isso que importa, whats left is dust.


so, good bye. nem revisei o texto, gente, espero que esteja à contento. agora vou dormir, porque as meninas bonitas são as que dormem mais x)
prometo mais textos as soon as possible. e obrigada aos inúmeros emails e mensagens de todo mundo. vocês são demais, cara. ou nem são, sei lá. enfim, tchau. hoje tô estranha :P

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

medo

hoje eu vi a cara do medo e ele acenou pra mim. disse que tava tudo bem, me deixou encolhida num canto, prostrada pela minha própria insegurança. o medo está vivo, ele está em todas as partes, congelando toda a beleza de viver.

eu tinha uma vida. tinha planos, vontades, valores. tinha mil coisas, algumas me faziam sorrir, outras acabavam comigo, e a maioria passava despercebida. mas eu tinha uma vida.

hoje acordei e vi a cara do medo. ele acenou pra mim da porta do quarto e me obrigou a ficar deitada. comandou todos os meus passos, assumiu o papel de tutor da minha infelicidade. me guiou até o vício, me obrigou a ficar. eu vi a cara do medo, lembro de cada detalhe do seu rosto. ele ainda está por aqui, espreitando pelos cantos, decorando meus gestos pra depois me chantagear.

eu vi a cara do medo e ele sorriu pra mim. quis me convencer de que estava certo, de que a grande realidade é tão absurda quanto meus pesadelos. o medo me coagiu, disse que era o culpado da minha insanidade e que só me deixaria feliz de novo se eu o obedecesse. eu obedeci. eu abdiquei da vida por mais um dia.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

finitude do ser humano x infinito cósmico

o que importa? na satisfação garantida de ter todos os meus caprichos realizados, me recolho à grande insignificância que tenho diante do mundo. sou massante. falo do retórico como se discorresse sobre filosofia, mostro a pior parte do meu caráter com o simples objetivo de granjear estima. o ser humano não se sente atraído pelo correto, e acredite, aprendi isso da maneira mais difícil, depois de quase morrer defendendo meus ideais puritanos de felicidade. isso não existe. a felicidade é utópica, invenção do homem, que precisa se apegar a essa idéia pra não enlouquecer. o mais difícil eu já fiz: reconheci que sou louca.

não pretendo convencer ninguém, não sou oscar wilde. minha eloquência é vulgar, cínica, quase obcena. não sou requintada, não posso reconhecer em mim qualquer traço de grandiosidade. sou tão ínfima e desprezível que até meu amigo invisível deixou de me visitar. agora falo sozinha.

detalhes à parte, sinto uma espécie de liberdade que considerava perdida, provavelmente por tantos conceitos pré-estabelecidos, tantas mentes respirando as mesmas aspirações.. agora me sinto mais fiel à mim mesma do que jamais fui. aprendi, enfim, que o egoísmo é a maior virtude do ser humano são.

a vida, então, nada mais é do que a repetição insana da necessidade de viver do ser humano. teorias e teorias sobre o caos inventado e nunca chego à conclusão nenhuma. ou melhor, sempre tenho 5 ou 6 conclusões pra cada questionamento, o que me torna até mais ignorante do que a grande massa, já que mesmo com um grande leque de possibilidades, sempre escolho o desistir. mais uma demonstração da minha inclinação pro banal.

hoje eu tô meio hedonista, mas sem valorizar a beleza palpável. talvez isso descaracterize completamente o hedonismo, mas é que tô com tanto sono que não saberia me explicar melhor. analogias, sacam? até dói essa coisa da incapacidade de falar, mas me acostumei demais com o comodismo pra lutar. coisas infrutíferas não fazem mais parte da minha rotina mental. pelo menos nada além do corriqueiro sadio, que estimula os olhos a permanecerem abertos. vivo exclusivamente pra essas horas de filosofia barata. de livro em livro, filme em filme, acho que finalmente encontrei meu eu. e isso existe, mesmo que a gente passe a vida a negar. o eu está lá no fundo, esperando uma chance pra se manifestar. o meu já tomou conta de mim, e finalmente me tornei uma escrava da minha própria subserviência. sei que isso foi extremamente estranho, mas não me importo. não quero compreensão, quero única e exclusivamente continuar escrevendo.

o sentido das coisas me escapa completamente, e eu discuto apenas pelo prazer de me sentir viva. eu não quero entender, tampouco aceitar. quero apenas a sorte de poder me largar e aceitar essa vaga idéia de verdade que nos cerca, pra poder pisar em algo concreto. só isso. cansei de escrever.


obrigada pelos comentários todos, tô meio sem tempo de responder os emails e scraps, mas sempre leio, gente. valeu meeeesmo. e vou começar a postar mais, prometo :D

p.s.: sim, o título do post é uma ironia

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

depressão

hoje voltei da faculdade pensando em postar. tá chovendo pra caramba desde ontem, o mar está super agitado, as ondas fazem um barulho insuportável quando batem nas pedras. nessas horas a gente sente deus. e foi por isso que pensei em postar, a gente vê muitos subjetivos no mundo, se pensar bem. e vendo aquela tempestade, me lembrei muito de como tenho me sentido, porque ela me remeteu à destruição, ao caos. a tempestade é a própria personificação do meu espírito.
o legal de ter depressão é justamente o fato de se ter depressão. auto-explicativo, entenderam? com depressão, a gente tem desculpa pra tudo. anyelle, por que você não fez esse trabalho? - aah, porque eu tô me sentindo triste, sabe como é, tenho depressão. anyelle, por que você não comeu? - ahh, porque tô sem fome, a depressão nos aniquila mesmo. anyelle, por que você não foi pra aula? - aaahhh, não dormi a noite inteira, sabe, por causa da depressão, aí não consegui acordar pra ir pra faculdade. a depressão simplesmente não encontra limites, e o depressivo só se atola mais na lama.

não, eu não tô dizendo que sou feliz assim. muito pelo contrário, quem gosta de se sentir prostrado? já emagreci 5 quilos e nem com remédio consigo dormir certas noites.. me sinto arrasada e não encontro forças nem pra levantar da cama e fazer pelo menos as coisas da faculdade. não consigo sair. mal consigo ler e ver filmes, e quem me conhece sabe que essas são minhas maiores fixações. nem falar com meus amigos eu tenho falado, porque tenho medo que eles sintam pena de mim. em suma, sou outra pessoa. um mero espectro daquela anyelle feliz e saltitante que falava besteira pra caramba e tinha sonhos imensos e irrealizáveis.


agora tô procurando um psicólogo e pensando em largar a faculdade de moda. tudo pra mim parece odioso, não consigo me concentrar e nem fazer as coisas que me davam prazer, justamente porque elas não me dão mais prazer. nada mais me deixa feliz, nem as pequenas coisas. eu cheguei no fundo do poço e agora mal consigo respirar..

então se vocês querem um conselho, não se deixem afundar como eu me deixei. eu comecei assim, triste, sem querer sair de casa. aos poucos, fui me isolando ao ponto de só falar com um dos meus amigos (john) e cheguei a passar 17 dias dentro de casa, sem sair nem pra tomar um sorvete. não contei nada pra ninguém porque achei que era uma fase, mas não passou. então, sabe, quando sentirem a tristeza, simplesmente procurem algo pra fazer, nem que seja ler o artigo do diogo mainardi na veja, ou assistir a usurpadora, no sbt. e sempre mantenham o jogo aberto com seus pais, eles são quem mais me apoiam hoje em dia. sem eles, eu seria menos do que nada. e se tô conseguindo me reerguer, é porque mesmo de longe, eles estão me puxando pra cima.

enfim, cansei de digitar. tô desacostumada com isso, não tenho digitado muito ultimamente.. então, fiquem bem, gente. obrigada pelos emails, depoimentos no orkut, recados, mensagens de celular, ligações e todo o resto. é bom saber que existem pessoas que ainda se preocupam com a felicidade alheia. e prometo que vou ser mais frequente, ok? e JURO que dessa vez não vou quebrar a promessa.

esse quadro do post é do picasso e se chama 'guernica'. adooooooro ele e acho que simplesmente tem tudo a ver com o meu momento. caos caos caos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

olho por olho, dente por dente

aqueles olhos verdes não me enganavam. olhos de mar. como uma onda mesmo, daquelas que chega de mansinho na praia e carrega consigo tudo o que está na areia. pelo menos era assim que eu me sentia. como uma presa prestes a ser engolida pela fera, tentei desviar do olhar, focar a atenção no sorriso, nas mãos grandes, no queixo másculo, mas os olhos sempre me atraiam de volta. a onda traiçoeira acabava me engolindo. aqueles olhos me matavam.

de resto, me sobrou reclamar. reclamar apenas em folhas de papel, é claro, pois ele não tolerava qualquer tipo de mau humor. e foi de reclamação em reclamação que me dei conta do meu talento pra descrição inútil. do fulgaz ao eterno, minha diversão era dar cores ao sépia. e assim, descobri que seus olhos verdes na verdade eram apenas uma ironia do destino. olhos de anjo num demônio, somente pra ocultar o mal que existia lá dentro. um yan yang complexo, porque esqueceram de delimitar a fronteira da parte negra, e esta, de vez em quando, invade a branca, principalmente em horas de raiva latente ou grande decepção. nesses momentos, o bom observador enxerga uma chama de crueldade lá dentro. e foi exatamente o que aconteceu no dia em questão.

seu nome, outra ironia, era gabriel. só pra ratificar a idéia de lobo em pele de cordeiro. pleonasmo não-vicioso, acidentalmente natural, não descarto nem a hipótese da hipérbole. posso estar falando grandes bobagens, mas a natureza realmente caprichou nos significados subliminares quando criou gabriel. e seus olhos eram tão sobrenaturais que viraram meus objetos de estudo preferidos. ok, ok, únicos, não tenho nenhum outro objeto de estudo. aqui posso assumir, tenho obcessão por seus olhos. e com tanta análise, cataloguei todos os seus olhares.

eram 25 ao todo. um quando está avaliando alguém. e um pra quando está gravando alguma informação mentalmente. tem um pra quando está feliz de verdade, e um pra quando acha que deve se mostrar agradecido, mesmo que não esteja. um pra quando mente coisas sérias e outro pra mentiras casuais. tem um olhar de inveja e outro de real cobiça. um pra quando realmente gosta de alguém e outro quando está surpreso. um pra quando está comendo doces e outro pra salgados. tem um olhar pra quando está fumando calrton e um pra quando fuma outros cigarros. tem um olhar pra quando ouve gary moore e outro pra quando dança música eletrônica. um pra quando está chapado de dramin, e um quando atende o telefone. tem um olhar de aprovação, e um olhar de ironia que ninguém bota defeito. tem o olhar pra quando acha as pessoas otárias, e outro pra quando está carente. ainda existe um pra quando ele chora e um pra quando não consegue parar de rir. e finalmente, tem o olhar que eu mais gosto: o jeito que ele olha depois de beijar. é o patamar mais próximo da perfeição aonde um mortal pode chegar.

resumindo, sou mesmo apaixonada por seus olhar e não precisa ser genial pra saber. e vou parar de detalhar seus olhos, senão nunca terminarei a história.

era um dia comum, ou pelo menos isso era o que pensávamos. estávamos os dois no carro, indo ao cinema. ele dirigindo e eu, pra variar, observando seus olhos pelo espelho retrovisor. estavam analisando o trânsito, mas seu pensamento parecia estar em outra coisa. de repente, suas mãos começaram a deslizar pela parte interna da minha coxa. ele me olhou: olhos de desejo. sim, ele tem esse olhar, embora eu não tenha mencionado. e do cinema, fomos parar no motel. não entendo porque ele gosta tanto de motel, se podemos transar no meu apartamento ou no dele, mas o gabriel é muito guiado por clima. no motel, ele aguenta 5 vezes. em casa, nem 2. detalhes à parte, lá vamos nós.

era realmente tudo uma questão de clima. algemada na cama, gemia de dor por causa da cera de vela que gabriel derretia na minha pele. os olhos estavam cruéis, praticamente gozando com meu sofrimento. mas eu aguentava, porque já tinha aprendido a lidar com o sadomasoquismo dele. no fundo eu até gosto que ele me bata. depois de 7 garrafas de vinho, 2 carteiras de calrton e 4 trepadas, fomos embora.

já no trânsito, um carro começou a nos seguir. fez sinal pra encostarmos na ponte, mas gabriel aumentou a velocidade. bêbado, completamente bêbado, ele guiava o carro. batemos num poste. os caras do carro de trás nos assaltaram, e eu pude ver nos olhos de gabriel a impotência, a raiva de não conseguir reagir, a promessa de que se vingaria. os bandidos, pelo visto, também perceberam suas intenções através do olhar transparente. e não hesitaram e dar dois tiros em sua cabeça e um na minha perna, pra eu não fugir. trauma, trauma pra sempre.

agora mesmo estou olhando pros olhos de gabriel, e ainda os amo da mesma maneira. mas me adianto, estou me adiantando. naquela noite, apavorada e completamente sem noção, arranquei um dos olhos dele e enfiei dentro de uma camisinha que tinha na minha bolsa. fiz minha irmã colocar no soro assim que cheguei ao hospital, com a promessa de que ela nunca contaria a ninguém. disse à polícia que os bandidos haviam arrancado seus olhos por pura crueldade, enquanto ele ainda estava vivo. todo mundo engoliu minha mentira e agora, dois anos depois, ainda choro na frente dos meus pais, só pra causar piedade.

mas os olhos de gabriel continuam na minha estante, com o mesmo aspecto de quem está sempre escondendo algo. olhos de cigano, olhos de mar. espero que um dia ele me perdoe por ter armado seu assassinato e roubado seus olhos. mas é que nosso amor não seria eterno, e eu não saberia viver longe desses olhos verdes. não depois de tudo que passamos juntos. e da minha parte, ele está perdoado por ter quebrado dois dentes meus em uma surra, uma semana antes de morrer. mas é como dizem: olho por olho, dente por dente.
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a fase grotesca continua. obrigada pela força, gente! x)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

contos insanos

o princípio do precipício. o alvo. tantos meses de treinamento, tantas noites acordado, tudo culminou naquele momento. o princípio do precipício. na mira.

a chance de sua vida. o que você faria? dois passos, uma sina. o alvo. cabelos negros, 1,73 de altura, 60 quilos. sim, seria uma perda trágica. olha para os dois lados, nenhum movimento suspeito. em cima, tudo é paz. alívio insano de quem se regojiza com a culpa. pós-mortem, penso nisso depois. ela dá dois passos. é o princípio do precipício.

mira o laser na a cabeça. princípio. atira. precipício. coitada, pensou, e logo lembra de que não é pago para pensar. e nem para transar com cadáveres, como o chefe lhe advertiu. é realmente uma pena, ela é muito gostosa. era, aliás. ele tinha colocado um fim nisso. princípio do precipício.

o desespero do menininho que chorava ao lado do corpo ensanguentado comovia o que ainda restava de humano em sua alma. devagar, desceu as escadas do prédio, e em meio ao acesso de culpa, sentiu a ereção. merda, preciso me aliviar antes de comunicar os resultados ao chefe. e assim, dirigiu-se ao inferno.

não, não foi nenhuma alegoria. inferno era o nome do bordel. e cíntia era o nome da menor com quem ele foi pra cama. seios pequenos, ainda em formação, carinha inocente, necessidade de agradar. bate uma punheta pra mim, bate, sua putinha. ela fazia com boa vontade. com as mãos, a língua, dava tudo de si. ainda assim não era suficiente. botou a menina de quatro e meteu com toda a força. cíntia soltou um grito de horror, mas logo se calou. depois de 3 minutos enfiando sem gozar, percebeu que aquilo ainda não lhe satisfazia. assim sendo, começou a espancá-la. não grita, sua vadia, não vai adiantar. depois de um tempo finalmente percebeu que fodia um corpo inerte. agora sim. e chupou os peitos dela com vontade. desse jeito você pelo menos não reclama, sua puta. aliás, você deveria é me agradecer: te salvei do inferno.

depois de uma hora, após conversar com a cafetina e se livrar do corpo, ele se encontrava com o chefe. sim, ele havia visto a notícia do jornal; sim, sim, estava muito satisfeito. pagamento? após a próxima missão você recebe. que missão? entre naquele escritório, meus agentes estão lá e vão lhe dar as instruções. indica a sala. precipício.

ele se dirige à porta e assim que gira a maçaneta, recebe um tiro no estômago. filho da puta, por que não atirou logo na cabeça? mal ele sabia que não era o único sádico da história. por que você fez isso? eu não fiz essa porra conforme o combinado? ninguém precisa de motivos quando se têm vantagens. são escolhas pequenas que fazem toda diferença do mundo. em 15 minutos você morre. enquanto isso não acontece, sinta o prazer de ser fodido. imediatamente, um dos agentes abaixa a calça e começa a meter. depois de um tempo, mesmo com os gritos de desespero, ficou claro que não conseguiria gozar. sendo assim, começou a espancá-lo até perder a consciência. bem melhor. depois que ejaculou, se limpou, levantou e olhou para o cadáver. você deveria é me agradecer. te salvei do inferno.
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segundo conto insano. desculpem o humor negro, mas não consigo evitar.
tchau, pessoas! e obrigada pelos comentários de ontem :D

terça-feira, 21 de agosto de 2007

contos surrealistas

por onde começar? nem eu sei. no começo era vontade apenas. vontade pura e simples, sem pé nem cabeça. mas a vontade foi tomando forma conforme a figura se aproximava, uma vontade com não apenas pés e cabeça, mas braços musculosos, tórax definido e o sorriso de pasta de dente mais fatal que ela conhecia. 5, 10? quantos segundos demoraram até que ele a cumprimentasse? foi a espera mais pontuada de tortura de todos os seus 18 anos. sorria para júlia, acenava para alexandra, dava beijinhos em vanessa. o caos sem proporções definidas, até que os dois olhos castanhos se voltaram única e exclusivamente pra ela. e o caos se delineou na figura de 1,86 de gustavo.

pra bom entendedor, meia palavra basta. no caso de sofia, um olhar foi suficiente para que seguisse o garoto até os fundos da casa, onde não seriam atrapalhados por colegas invejosas. toda garota com hormônios gostaria de estar em seus lugar, disso não tinha dúvida. gustavo transpirava testosterona, e ela seria a primeira a conferir se ele usava bem seu potencial.

luzes baixas, temperatura agradável, perfume de jasmins: não poderia haver clima melhor. os sons abafados que vinham de dentro da casa denunciavam que aquele jardim era um mundo à parte, um mundo constituído de sonhos delirantes e do inebriante cheiro de gustavo. em meio à elogios sobre sua beleza, sua marcante presença no comitê estudantil da universidade, suas redações impecáveis, sofia sentia-se uma vencedora. seu prêmio era gustavo, por todos os 18 anos aturando a vida, o pai violento, a mãe sem postura. o prêmio que ela conseguiu sozinha, assim como todas as coisas que havia conquistado em sua jornada.

e quando sofia pensou que já havia atingido o clímax com os elogios do menino, gustavo a beijou. não, definitivamente a boa conversa não era nada em comparação à seu beijo: tinha lábios mornos, macios, e a língua parecia que tinha vontade própria. mas não a vontade de gustavo e sim a de sofia, pois ela advinhava os desejos mais inconfessáveis da menina. parecia que haviam passado a vida se beijando.

de início, foi um beijo lento, cadenciado, onde ele explorou todas as fraquezas de sofia, para depois poder usá-las num beijo apaixonado, tórrido, que derreteu até suas mais profundas certezas. tempo e espaço se fundiram num misto de êxtase e loucura, e uma hora mais tarde, quando deixaram o jardim, sofia se sentia a mulher mais completa do universo.

chegando na sala, a voz rouca e sexy da cantora parecia um convite. mais do que isso: era um verdadeiro apelo aos sentidos dos seus ouvintes. casais se aglomeravam ao redor do palco improvisado, dançando lenta e sensualmente, explorando mutuamente seus corpos na sinfonia ritmada da música. calor, sofia sentia muito calor. e ao pensar nisso, como que por mágica, começou a cair neve do lado de fora da casa. a música parou e todos os presentes se assustaram, pois não conseguiam explicar porquê caía neve em alto verão.

após trocar olhares confusos com gustavo, sofia resolveu investigar. e entre as expressões curiosas e incrédulas, caminhou em direção à parte externa da casa. da porta, avistou uma mancha vermelha em meio à um monte de neve acumulada ao pé da romanzeira. gustavo gritou para que ela não seguisse em frente, mas a menina fez que não ouviu. seu corpo tremia, não de frio, mas de expectativa. a curiosidade surgiu e movida por ela, sofia se dirigiu á arvore. ela reconheceu o cheiro, apesar de não saber como: era sangue. e do lado de um machado cego, estava o corpo de seu pai, estilhaçado. músculos, ossos, entranhas, que pareciam muito inconvenientes em sua aparência fétida, contrastavam com a neve imaculada. e na mão direita do cadáver, estava o coração, ainda batendo, respingando sangue em seu micro-vestido de seda branca.

movida ainda pela vontade insana, sofia arrancou o coração da mão de seu pai. sem hesitar, rasgou o orgão e encontrou dentro da cavidade oca, um motor e uma foto 3x4. arrancou-os. sem o motor, o coração parou de bater e de bombear sangue para o nada. e sem a foto, o orgão enegreceu e virou cinzas. abandonou as cinzas no chão, se levantou e limpou a fotografia. nela, encontrava-se um homem. sérgio, pensou ela. amigo do seu pai à muito tempo.

suja de sangue, voltou para a companhia de gustavo. quando entrou na sala, porém, não enxergava mais a cena que havia deixado pra trás à apenas 3 minutos: havia somente o breu profundo e o som de um bater de asas. não apenas um pássaro, mas um bando parecia voar dentro do salão, pássaros invisíveis que atordoavam os tímpanos da menina. em vão, sofia gritava por socorro e corria pelo aposento escuro. na correria, tropeçou no seu próprio pé e caiu em algo macio. quando abriu os olhos, viu apenas seu quarto banhado pela luz do luar. a foto 3x4 de sérgio sorria para ela na mesinha de cabeceira.


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bom, resolvi dar sinal de vida. respondendo às perguntas de vocês, eu estou bem. hoje fui no médico e comecei meu tratamento pra depressão e insônia. incluindo remédios tarja preta e psicólogo. portanto, acho que serei mais frequente aqui no blog ^^
espero que vocês tenham gostado do conto, resolvi ser surrealista hoje. pode ser que eu siga essa linha, mas não posso afirmar nada. os ventos mudam de direção muito de repente.
obrigada aos leitores que, graças a deus, só se multiplicam.
até mais, pessoas!