我的唯一的上瘾将要是困难的

我的唯一的上瘾将要是困难的

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

depressão

hoje voltei da faculdade pensando em postar. tá chovendo pra caramba desde ontem, o mar está super agitado, as ondas fazem um barulho insuportável quando batem nas pedras. nessas horas a gente sente deus. e foi por isso que pensei em postar, a gente vê muitos subjetivos no mundo, se pensar bem. e vendo aquela tempestade, me lembrei muito de como tenho me sentido, porque ela me remeteu à destruição, ao caos. a tempestade é a própria personificação do meu espírito.
o legal de ter depressão é justamente o fato de se ter depressão. auto-explicativo, entenderam? com depressão, a gente tem desculpa pra tudo. anyelle, por que você não fez esse trabalho? - aah, porque eu tô me sentindo triste, sabe como é, tenho depressão. anyelle, por que você não comeu? - ahh, porque tô sem fome, a depressão nos aniquila mesmo. anyelle, por que você não foi pra aula? - aaahhh, não dormi a noite inteira, sabe, por causa da depressão, aí não consegui acordar pra ir pra faculdade. a depressão simplesmente não encontra limites, e o depressivo só se atola mais na lama.

não, eu não tô dizendo que sou feliz assim. muito pelo contrário, quem gosta de se sentir prostrado? já emagreci 5 quilos e nem com remédio consigo dormir certas noites.. me sinto arrasada e não encontro forças nem pra levantar da cama e fazer pelo menos as coisas da faculdade. não consigo sair. mal consigo ler e ver filmes, e quem me conhece sabe que essas são minhas maiores fixações. nem falar com meus amigos eu tenho falado, porque tenho medo que eles sintam pena de mim. em suma, sou outra pessoa. um mero espectro daquela anyelle feliz e saltitante que falava besteira pra caramba e tinha sonhos imensos e irrealizáveis.


agora tô procurando um psicólogo e pensando em largar a faculdade de moda. tudo pra mim parece odioso, não consigo me concentrar e nem fazer as coisas que me davam prazer, justamente porque elas não me dão mais prazer. nada mais me deixa feliz, nem as pequenas coisas. eu cheguei no fundo do poço e agora mal consigo respirar..

então se vocês querem um conselho, não se deixem afundar como eu me deixei. eu comecei assim, triste, sem querer sair de casa. aos poucos, fui me isolando ao ponto de só falar com um dos meus amigos (john) e cheguei a passar 17 dias dentro de casa, sem sair nem pra tomar um sorvete. não contei nada pra ninguém porque achei que era uma fase, mas não passou. então, sabe, quando sentirem a tristeza, simplesmente procurem algo pra fazer, nem que seja ler o artigo do diogo mainardi na veja, ou assistir a usurpadora, no sbt. e sempre mantenham o jogo aberto com seus pais, eles são quem mais me apoiam hoje em dia. sem eles, eu seria menos do que nada. e se tô conseguindo me reerguer, é porque mesmo de longe, eles estão me puxando pra cima.

enfim, cansei de digitar. tô desacostumada com isso, não tenho digitado muito ultimamente.. então, fiquem bem, gente. obrigada pelos emails, depoimentos no orkut, recados, mensagens de celular, ligações e todo o resto. é bom saber que existem pessoas que ainda se preocupam com a felicidade alheia. e prometo que vou ser mais frequente, ok? e JURO que dessa vez não vou quebrar a promessa.

esse quadro do post é do picasso e se chama 'guernica'. adooooooro ele e acho que simplesmente tem tudo a ver com o meu momento. caos caos caos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

olho por olho, dente por dente

aqueles olhos verdes não me enganavam. olhos de mar. como uma onda mesmo, daquelas que chega de mansinho na praia e carrega consigo tudo o que está na areia. pelo menos era assim que eu me sentia. como uma presa prestes a ser engolida pela fera, tentei desviar do olhar, focar a atenção no sorriso, nas mãos grandes, no queixo másculo, mas os olhos sempre me atraiam de volta. a onda traiçoeira acabava me engolindo. aqueles olhos me matavam.

de resto, me sobrou reclamar. reclamar apenas em folhas de papel, é claro, pois ele não tolerava qualquer tipo de mau humor. e foi de reclamação em reclamação que me dei conta do meu talento pra descrição inútil. do fulgaz ao eterno, minha diversão era dar cores ao sépia. e assim, descobri que seus olhos verdes na verdade eram apenas uma ironia do destino. olhos de anjo num demônio, somente pra ocultar o mal que existia lá dentro. um yan yang complexo, porque esqueceram de delimitar a fronteira da parte negra, e esta, de vez em quando, invade a branca, principalmente em horas de raiva latente ou grande decepção. nesses momentos, o bom observador enxerga uma chama de crueldade lá dentro. e foi exatamente o que aconteceu no dia em questão.

seu nome, outra ironia, era gabriel. só pra ratificar a idéia de lobo em pele de cordeiro. pleonasmo não-vicioso, acidentalmente natural, não descarto nem a hipótese da hipérbole. posso estar falando grandes bobagens, mas a natureza realmente caprichou nos significados subliminares quando criou gabriel. e seus olhos eram tão sobrenaturais que viraram meus objetos de estudo preferidos. ok, ok, únicos, não tenho nenhum outro objeto de estudo. aqui posso assumir, tenho obcessão por seus olhos. e com tanta análise, cataloguei todos os seus olhares.

eram 25 ao todo. um quando está avaliando alguém. e um pra quando está gravando alguma informação mentalmente. tem um pra quando está feliz de verdade, e um pra quando acha que deve se mostrar agradecido, mesmo que não esteja. um pra quando mente coisas sérias e outro pra mentiras casuais. tem um olhar de inveja e outro de real cobiça. um pra quando realmente gosta de alguém e outro quando está surpreso. um pra quando está comendo doces e outro pra salgados. tem um olhar pra quando está fumando calrton e um pra quando fuma outros cigarros. tem um olhar pra quando ouve gary moore e outro pra quando dança música eletrônica. um pra quando está chapado de dramin, e um quando atende o telefone. tem um olhar de aprovação, e um olhar de ironia que ninguém bota defeito. tem o olhar pra quando acha as pessoas otárias, e outro pra quando está carente. ainda existe um pra quando ele chora e um pra quando não consegue parar de rir. e finalmente, tem o olhar que eu mais gosto: o jeito que ele olha depois de beijar. é o patamar mais próximo da perfeição aonde um mortal pode chegar.

resumindo, sou mesmo apaixonada por seus olhar e não precisa ser genial pra saber. e vou parar de detalhar seus olhos, senão nunca terminarei a história.

era um dia comum, ou pelo menos isso era o que pensávamos. estávamos os dois no carro, indo ao cinema. ele dirigindo e eu, pra variar, observando seus olhos pelo espelho retrovisor. estavam analisando o trânsito, mas seu pensamento parecia estar em outra coisa. de repente, suas mãos começaram a deslizar pela parte interna da minha coxa. ele me olhou: olhos de desejo. sim, ele tem esse olhar, embora eu não tenha mencionado. e do cinema, fomos parar no motel. não entendo porque ele gosta tanto de motel, se podemos transar no meu apartamento ou no dele, mas o gabriel é muito guiado por clima. no motel, ele aguenta 5 vezes. em casa, nem 2. detalhes à parte, lá vamos nós.

era realmente tudo uma questão de clima. algemada na cama, gemia de dor por causa da cera de vela que gabriel derretia na minha pele. os olhos estavam cruéis, praticamente gozando com meu sofrimento. mas eu aguentava, porque já tinha aprendido a lidar com o sadomasoquismo dele. no fundo eu até gosto que ele me bata. depois de 7 garrafas de vinho, 2 carteiras de calrton e 4 trepadas, fomos embora.

já no trânsito, um carro começou a nos seguir. fez sinal pra encostarmos na ponte, mas gabriel aumentou a velocidade. bêbado, completamente bêbado, ele guiava o carro. batemos num poste. os caras do carro de trás nos assaltaram, e eu pude ver nos olhos de gabriel a impotência, a raiva de não conseguir reagir, a promessa de que se vingaria. os bandidos, pelo visto, também perceberam suas intenções através do olhar transparente. e não hesitaram e dar dois tiros em sua cabeça e um na minha perna, pra eu não fugir. trauma, trauma pra sempre.

agora mesmo estou olhando pros olhos de gabriel, e ainda os amo da mesma maneira. mas me adianto, estou me adiantando. naquela noite, apavorada e completamente sem noção, arranquei um dos olhos dele e enfiei dentro de uma camisinha que tinha na minha bolsa. fiz minha irmã colocar no soro assim que cheguei ao hospital, com a promessa de que ela nunca contaria a ninguém. disse à polícia que os bandidos haviam arrancado seus olhos por pura crueldade, enquanto ele ainda estava vivo. todo mundo engoliu minha mentira e agora, dois anos depois, ainda choro na frente dos meus pais, só pra causar piedade.

mas os olhos de gabriel continuam na minha estante, com o mesmo aspecto de quem está sempre escondendo algo. olhos de cigano, olhos de mar. espero que um dia ele me perdoe por ter armado seu assassinato e roubado seus olhos. mas é que nosso amor não seria eterno, e eu não saberia viver longe desses olhos verdes. não depois de tudo que passamos juntos. e da minha parte, ele está perdoado por ter quebrado dois dentes meus em uma surra, uma semana antes de morrer. mas é como dizem: olho por olho, dente por dente.
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a fase grotesca continua. obrigada pela força, gente! x)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

contos insanos

o princípio do precipício. o alvo. tantos meses de treinamento, tantas noites acordado, tudo culminou naquele momento. o princípio do precipício. na mira.

a chance de sua vida. o que você faria? dois passos, uma sina. o alvo. cabelos negros, 1,73 de altura, 60 quilos. sim, seria uma perda trágica. olha para os dois lados, nenhum movimento suspeito. em cima, tudo é paz. alívio insano de quem se regojiza com a culpa. pós-mortem, penso nisso depois. ela dá dois passos. é o princípio do precipício.

mira o laser na a cabeça. princípio. atira. precipício. coitada, pensou, e logo lembra de que não é pago para pensar. e nem para transar com cadáveres, como o chefe lhe advertiu. é realmente uma pena, ela é muito gostosa. era, aliás. ele tinha colocado um fim nisso. princípio do precipício.

o desespero do menininho que chorava ao lado do corpo ensanguentado comovia o que ainda restava de humano em sua alma. devagar, desceu as escadas do prédio, e em meio ao acesso de culpa, sentiu a ereção. merda, preciso me aliviar antes de comunicar os resultados ao chefe. e assim, dirigiu-se ao inferno.

não, não foi nenhuma alegoria. inferno era o nome do bordel. e cíntia era o nome da menor com quem ele foi pra cama. seios pequenos, ainda em formação, carinha inocente, necessidade de agradar. bate uma punheta pra mim, bate, sua putinha. ela fazia com boa vontade. com as mãos, a língua, dava tudo de si. ainda assim não era suficiente. botou a menina de quatro e meteu com toda a força. cíntia soltou um grito de horror, mas logo se calou. depois de 3 minutos enfiando sem gozar, percebeu que aquilo ainda não lhe satisfazia. assim sendo, começou a espancá-la. não grita, sua vadia, não vai adiantar. depois de um tempo finalmente percebeu que fodia um corpo inerte. agora sim. e chupou os peitos dela com vontade. desse jeito você pelo menos não reclama, sua puta. aliás, você deveria é me agradecer: te salvei do inferno.

depois de uma hora, após conversar com a cafetina e se livrar do corpo, ele se encontrava com o chefe. sim, ele havia visto a notícia do jornal; sim, sim, estava muito satisfeito. pagamento? após a próxima missão você recebe. que missão? entre naquele escritório, meus agentes estão lá e vão lhe dar as instruções. indica a sala. precipício.

ele se dirige à porta e assim que gira a maçaneta, recebe um tiro no estômago. filho da puta, por que não atirou logo na cabeça? mal ele sabia que não era o único sádico da história. por que você fez isso? eu não fiz essa porra conforme o combinado? ninguém precisa de motivos quando se têm vantagens. são escolhas pequenas que fazem toda diferença do mundo. em 15 minutos você morre. enquanto isso não acontece, sinta o prazer de ser fodido. imediatamente, um dos agentes abaixa a calça e começa a meter. depois de um tempo, mesmo com os gritos de desespero, ficou claro que não conseguiria gozar. sendo assim, começou a espancá-lo até perder a consciência. bem melhor. depois que ejaculou, se limpou, levantou e olhou para o cadáver. você deveria é me agradecer. te salvei do inferno.
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segundo conto insano. desculpem o humor negro, mas não consigo evitar.
tchau, pessoas! e obrigada pelos comentários de ontem :D

terça-feira, 21 de agosto de 2007

contos surrealistas

por onde começar? nem eu sei. no começo era vontade apenas. vontade pura e simples, sem pé nem cabeça. mas a vontade foi tomando forma conforme a figura se aproximava, uma vontade com não apenas pés e cabeça, mas braços musculosos, tórax definido e o sorriso de pasta de dente mais fatal que ela conhecia. 5, 10? quantos segundos demoraram até que ele a cumprimentasse? foi a espera mais pontuada de tortura de todos os seus 18 anos. sorria para júlia, acenava para alexandra, dava beijinhos em vanessa. o caos sem proporções definidas, até que os dois olhos castanhos se voltaram única e exclusivamente pra ela. e o caos se delineou na figura de 1,86 de gustavo.

pra bom entendedor, meia palavra basta. no caso de sofia, um olhar foi suficiente para que seguisse o garoto até os fundos da casa, onde não seriam atrapalhados por colegas invejosas. toda garota com hormônios gostaria de estar em seus lugar, disso não tinha dúvida. gustavo transpirava testosterona, e ela seria a primeira a conferir se ele usava bem seu potencial.

luzes baixas, temperatura agradável, perfume de jasmins: não poderia haver clima melhor. os sons abafados que vinham de dentro da casa denunciavam que aquele jardim era um mundo à parte, um mundo constituído de sonhos delirantes e do inebriante cheiro de gustavo. em meio à elogios sobre sua beleza, sua marcante presença no comitê estudantil da universidade, suas redações impecáveis, sofia sentia-se uma vencedora. seu prêmio era gustavo, por todos os 18 anos aturando a vida, o pai violento, a mãe sem postura. o prêmio que ela conseguiu sozinha, assim como todas as coisas que havia conquistado em sua jornada.

e quando sofia pensou que já havia atingido o clímax com os elogios do menino, gustavo a beijou. não, definitivamente a boa conversa não era nada em comparação à seu beijo: tinha lábios mornos, macios, e a língua parecia que tinha vontade própria. mas não a vontade de gustavo e sim a de sofia, pois ela advinhava os desejos mais inconfessáveis da menina. parecia que haviam passado a vida se beijando.

de início, foi um beijo lento, cadenciado, onde ele explorou todas as fraquezas de sofia, para depois poder usá-las num beijo apaixonado, tórrido, que derreteu até suas mais profundas certezas. tempo e espaço se fundiram num misto de êxtase e loucura, e uma hora mais tarde, quando deixaram o jardim, sofia se sentia a mulher mais completa do universo.

chegando na sala, a voz rouca e sexy da cantora parecia um convite. mais do que isso: era um verdadeiro apelo aos sentidos dos seus ouvintes. casais se aglomeravam ao redor do palco improvisado, dançando lenta e sensualmente, explorando mutuamente seus corpos na sinfonia ritmada da música. calor, sofia sentia muito calor. e ao pensar nisso, como que por mágica, começou a cair neve do lado de fora da casa. a música parou e todos os presentes se assustaram, pois não conseguiam explicar porquê caía neve em alto verão.

após trocar olhares confusos com gustavo, sofia resolveu investigar. e entre as expressões curiosas e incrédulas, caminhou em direção à parte externa da casa. da porta, avistou uma mancha vermelha em meio à um monte de neve acumulada ao pé da romanzeira. gustavo gritou para que ela não seguisse em frente, mas a menina fez que não ouviu. seu corpo tremia, não de frio, mas de expectativa. a curiosidade surgiu e movida por ela, sofia se dirigiu á arvore. ela reconheceu o cheiro, apesar de não saber como: era sangue. e do lado de um machado cego, estava o corpo de seu pai, estilhaçado. músculos, ossos, entranhas, que pareciam muito inconvenientes em sua aparência fétida, contrastavam com a neve imaculada. e na mão direita do cadáver, estava o coração, ainda batendo, respingando sangue em seu micro-vestido de seda branca.

movida ainda pela vontade insana, sofia arrancou o coração da mão de seu pai. sem hesitar, rasgou o orgão e encontrou dentro da cavidade oca, um motor e uma foto 3x4. arrancou-os. sem o motor, o coração parou de bater e de bombear sangue para o nada. e sem a foto, o orgão enegreceu e virou cinzas. abandonou as cinzas no chão, se levantou e limpou a fotografia. nela, encontrava-se um homem. sérgio, pensou ela. amigo do seu pai à muito tempo.

suja de sangue, voltou para a companhia de gustavo. quando entrou na sala, porém, não enxergava mais a cena que havia deixado pra trás à apenas 3 minutos: havia somente o breu profundo e o som de um bater de asas. não apenas um pássaro, mas um bando parecia voar dentro do salão, pássaros invisíveis que atordoavam os tímpanos da menina. em vão, sofia gritava por socorro e corria pelo aposento escuro. na correria, tropeçou no seu próprio pé e caiu em algo macio. quando abriu os olhos, viu apenas seu quarto banhado pela luz do luar. a foto 3x4 de sérgio sorria para ela na mesinha de cabeceira.


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bom, resolvi dar sinal de vida. respondendo às perguntas de vocês, eu estou bem. hoje fui no médico e comecei meu tratamento pra depressão e insônia. incluindo remédios tarja preta e psicólogo. portanto, acho que serei mais frequente aqui no blog ^^
espero que vocês tenham gostado do conto, resolvi ser surrealista hoje. pode ser que eu siga essa linha, mas não posso afirmar nada. os ventos mudam de direção muito de repente.
obrigada aos leitores que, graças a deus, só se multiplicam.
até mais, pessoas!

sábado, 18 de agosto de 2007

é estranho falar de sentimentos que não conhecemos por completo.. aqueles ainda indefinidos. eu sei que não sou a pessoa mais indicada pra falar de amor, mas decidi tentar escrever sobre essa liga de pensar em você, e mesmo que não dê certo, eu vou ter tentado. e posso continuar tentando dias à fio, porque falar sobre isso é uma das coisas que não me cansa nem um pouco.
se eu fosse poeta, me sairia melhor, mas continuo incapacitada na arte de rimar. ou pintora, pra maravilhar sua mente com minhas idéias insanas chapadas num plano. mas não sou nada disso, sou menos do que tudo. sou só uma guria normal, com a mesma ideologia saturada de felicidade, mas com você, mesmo que eu precise esconder meu desespero, me sinto feliz. explosivamente desligada, ridiculamente imprecisa, mentirosa mesmo, sempre negando os fatos, mas ainda assim, feliz. eufórica, negligente. e confusa, sempre confusa. não te disse? o post é pra você e já tô falando de mim. grande ego pra pequena criatura, vamos continuar a discorrer então, sobre minha falta de inspiração causada pela fixação.
antes de você, eu perdia tempo pensando em como seria estar realmente viva, e assim, escrevia trilhões de coisas, deletava a metade delas e me sentia completa. mas a gente só percebe realmente o quanto é infeliz quando encontra a verdadeira felicidade. e sendo assim, agora só perco meu tempo pensando em você. não é o assunto mais interessante do mundo, mas ocupa integralmente meus minutos. e minha paciência, e falta de vontade..
espero que você não se incomode de eu me referir à você desse jeito.. e se nada disso seja lido, não faz a mínima diferença, porque eu me sinto mais aliviada. sentimentos às vezes sufocam. e não apenas eles.. teus olhos, teu cabelo, a tua risada. ela ecoa na minha mente, se eu tento lembrar.. e os teus exageros, teu jeito de falar. tua confusão, tua terrível falta de senso de humor. até tuas músicas, as tremendas coincidências que cercam nossas conversas. e é tanta coisa, que mesmo não parecendo, poderia enxer linhas e linhas dos mais variados absurdos, suposições e fatos inventados, mas inquestionáveis.
eu não tenho nada pra te oferecer, não tenho meios de te perpetuar, te gravar na memória de todo mundo, como um tributo à minha péssima falta de iniciativa. eu não posso mudar o mundo, os posicionamentos, as distâncias. não posso conceber a vida nem conjurar o amor. mas posso escrever pra você. e isso é o máximo que minha capacidade permite..
eu nunca estive mal.. nunca passei necessidades, sempre tive muito mais do que precisei.. mas de verdade, espero que você saiba que a me sinto infinitamente melhor agora que você está no meu mundo. e independente do tempo que esses exageros durem, foi eterno, e sempre será. pelo menos por essa noite, nesse post. e todo mundo que ler vai saber que essas palavras foram pra você.. não sei se foram boas ou ruins, mas o que realmente importa é que cada uma delas foi pra ti. e é por pessoas como você que ainda vale a pena viver. obrigada por me fazer sentir a vida de novo e por me fazer sentir coisas que eu já nem acreditava que existiam.

cansei se escrever, tá aqui o post. sem revisões, tudo escrito do modo com chegaram na minha cabeça.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

dramin

querem um conselho? não importa, vou dá-lo assim mesmo. tomem dramin.
de todas as salvações possíveis, essa é a mais barata. sem contar as mil e uma ultilidades de uma pípula quando é bem empregada. do calmante ao alucinógeno. do conforto ao suicídio. você decide. e tudo isso por R$ 2,70 a cartela.
não sou garota-propaganda de farmácia, mas minha praticidade chegou à extremos.. e nessa rude franqueza de todos os dias, só posso parar de negar um pouco a minha natureza latentemente explosiva. sou prática, direta e objetiva. mesmo com todos os rodeios decorrentes dos joguinhos de poder (mas jogo não é dia-dia, é diversão). então, pra curar todos os males e espantar todos os monstros, tomem logo um dramin. de preferência o branco, 100 gr. seu cérebro agradece.
eu poderia dizer milhões de coisas edificantes: não jogue lixo no chão, pois esses pequenos atos deterioram a natureza. não se apegue à nenhuma coisa sobre a qual você não tem controle, é o maior atestado de burrice que você pode assinar.. e não viva cheio de expectativas sobre coisas que não dependem de você, porque isso significa frustração constante.
não fume, não beba e não se divirta. ou fume demais, beba demais e morra cedo, porém ciente de que realmente aproveitou a vida. seja boêmio, seja escandaloso e não magoe ninguém a menos que realmente não possa evitar. se vista de sorrisos, tome banho de cachaça e viva com o coração aberto pra amar e perdoar. e quando vier o ódio, passe a noite insone planejando vinganças que nunca cumprirá, e depois ria da sua criancisse. não perca a oportunidade de abraçar alguém, ligue pras pessoas com quem não fala à sééculos só pra dar um oi. deixe recados no orkut pra todos os seus verdadeiros amigos, mesmo que de vez em quando, só pra não ser esquecido.. pois quem não é visto, não é lembrado, isso é fato.
faça exercícios físicos, nem que eles consistam apenas em uma boa caminhada no shopping pra fazer compras. peça sempre licença e agradeça. tente tratar todo mundo com simpatia.. a vida já é tão cruel, pra quê ser só mais filho da puta nesse mundo? se é pra fazer diferença, que seja pro bem. e tente rir de si mesmo, quem se leva a sério, não compreende as lacunas que a falta do sorriso deixa em nossas vidas..
e também chore muito, pois quem não chora, não é capaz de chegar nem ao céu nem ao inferno: passa a vida inteira num purgatório. e faça besteiras, seja inconsequente, mas sempre ciente de seus limites. veja muitos filmes, leia muitos livros, passe madrugadas no msn falando bobagem com seus amigos.. porque no final, o que nos sobra são apenas os bons momentos. no fim, não carregamos o ódio, a tristeza, o tédio.. levamos apenas os beijos, as risadas e os sonhos.
e em meio a todos esses conselhos que eu dei, nenhum fez mais diferença do que o uso do dramin. permeado de mil significados ocultos e obscuros, o dramin te glorifica ou te condena, dependendo da ótica. você pode desvirtuar todos os verdadeiros propósitos da vida, mas sempre chega o momento em que você realmente precisa de um remédio, e aí, tudo começa a fazer sentido.. 400 gr de razão pura à R$ 2,70 nas melhores farmácias.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

its what you do to me

bom, antes de mais nada, eu gostaria de pedir desculpas aos meus leitores, se é que eu posso chamar vocês desse jeito.. soa meio pretencioso, né? mas enfim, quero me desculpar pelos dias sem postar e, principalmente, porque não voltarei a fazê-lo. pelo menos não a história da maria regina.

o fato é que acabou acontecendo a mesma coisa que aconteceu com todas as minhas histórias: enjoei. cansei mesmo, sabe? eu já tenho todo o roteiro na cabeça, é isso que me frustra. de início, eu não fazia idéia de qual seria o próximo passo, tentava advinhar as reações correspondentes às ações, brincava de gato e rato com meus personagens. mas agora, com a história completamente planejada, já não me fascina a idéia de escrever por escrever. odeio coisas ensaiadas, perdem toda a essência, e eu não quero acabar no limbo do correto e do pecaminoso. é quase o que o pollock faz com seus quadros, a diferença é que a minha língua é escrita.

eu poderia usar mil palavras, mas o fato é que dói. o processo criativo em si é uma coisa extremamente dolorosa, e eu não falo isso pra agregar valor ao meu trabalho, até porque não faço grandes coisas.. mas é que tô falando de nascimento, uma nova vida surgindo, e com ela, vem a dor do parto, a tortura. vocês entendem? e seja escrevendo, desenhando, pintando ou ensaiando pra uma peça, a dor é latente. porque eu tô dando tudo de mim, tô me matando, e no final, é a luta interna de duas anyelles, uma que vive engaiolada e a outra que só pensa em voar.

assim, espero que vocês me compreendam. muitas pessoas estão me pedindo pra continuar a história e já não sei que desculpa dar. por isso resolvi falar logo a verdade. eu cansei de mim mesma. a maria regina foi planejada em uma fase da minha vida completamente distinta da que vivo agora, mesmo que apenas uma ou duas semanas nos separem.


obrigada aos que se preocuparam com o destino do blog, é realmente maravilhoso poder fazer o que se gosta e ainda agradar outras pessoas.

domingo, 5 de agosto de 2007

3

DIÁRIO DE MARIA REGINA
DIA 2

oi diário (ainda não decidi teu nome), tudo bem?


eu não. tô numa puta de uma ressaca.. quando digo ressaca, não é aquela dorzinha de cabeça básica, leve, que a gente tem depois de um bom porre de vinho.. é uma ressaca homérica, daquelas que doem o corpo e a consciência (ou falta dela).

a festa foi uma loucura, em todos os sentidos. eu fico chocada com esse liberalismo dos pais do ricardo, cara.. a mamãe não me deixaria fazer uma festa aqui nem pra salvar uma vida (nem a dela nem a de ninguém). como se eu quisesse fazer uma festa aqui, aliás. pra saírem falando mal da música, da comida, das pessoas e até da decoração? não, obrigada. minha auto-estima não necessita de mais um baque desses..
enfim, sem mais devaneios, deixa eu ir ao que interessa: a festa.


pra começar, acabei me decidindo por ir com uma batinha florida da banana republic, uma calça ultra skinny da m. officer e havaianas douradas com swarowski. sem modéstia nenhuma, estava linda x)

a laila veio de carro me buscar lá pela meia noite e meia. chegando na festa, já tinha muita gente, muito barulho e (thank god), muita bebida. logo encontramos a mari, o fred, a penny, a cris e o agostinho. com eles, estava o matheus, mas escrevi sobre ele separadamente justamente porque ele é uma categoria à parte. categoria que não me agrada nem um pouco, diga-se de passagem.

tudo começou a muito tempo atrás, tanto tempo que nem sei dizer com precisão. 17, 18 anos? nossos pais se conhecem desde que nascemos, eu acho, pois são grandes parceiros de negócios. mas sabe, ele nunca gostou muito de mim, desde que éramos pequenos demais até mesmo pra fazer algo além de chorar e babar. no parquinho da minha casa, ele jogava areia em mim. quando brincávamos de power rangers, ele queria ser a ranger amarela só porque ela era minha preferida! quer dizer, nem mulher ele era! só queria me provocar mesmo.. o fato é que eu não tenho idéia do porquê, mas com o passar do tempo, a animosidade só foi aumentando.. ele é detestável comigo, sabe? daquele tipo que é capaz de cumprimentar todo mundo numa roda de amigos e nem olhar na minha cara. e foi mais ou menos o que aconteceu na noite passada.


custava ele me dar um 'oi'? pelo jeito, sim, porque quando cheguei, ele saiu. todo mundo se olhou, meio constrangido, e a laila tratou logo de entabular uma conversa. dois minutos depois, eu já estava bem à vontade, falando mal da roupa dos outros, do ambiente, e de todo o resto, fofoca pura e simples. sempre fui adepta da palavra pela palavra, fofoca pra passar o tempo, bebida pra esquecer da vida. prerrogativas básicas pro meu bem-estar, e que são abundantes nessas festas.

o fato é que esta noite parecia ser só mais uma. e como em qualquer outra, eu estava fazendo o possível pra me divertir. no início, 1 marguerita. de uma em uma, tomei 5, que foram seguidas por dois martinis e, pra completar, batida de maracujá. mas a perdição foi uma tacinha de absinto. como uma coisa tão pequena pode nos prostrar desse jeito? pra ser sincera, não é a minha bebida preferida, desce rasgando, me sinto tonta só de cheirar. mas tem toda aquela atmosfera do proibido, por isso, acho digno beber absinto nessas festinhas, agindo com aquela pose de profundo conhecedor de todos os tipos. é cool falar: 'adoro esse trenet. absintos franceses em geral têm um gosto exótico que me agrada muito'. como se alguém entendesse o que quero dizer, sabe? aliás, como se eu mesma entendesse. mas enfim, tudo começou (e terminou) com uma taça de absinto e um carlton red oferecidos pelo agostinho.

depois de tomar, com esforço, a taça inteira, e terminar o cigarro, fui dar uma volta pela piscina. à essa altura, a laila já estava atracada com um ex-ficante e eu, tonta demais pra manter um diálogo coerente. não tinha muita gente lá, a maioria do pessoal estava dançando no salão improvisado pro dj que o ricardo contratou. aliás, nem sei como ele conseguiu esse feito, porque o dj em questão é dinamarquês e veio pro brasil pra apenas algumas apresentações. o hype do momento, saca? e que me fez pensar que os contatos do rick não eram de se jogar fora.

enfim, o friozinho da parte de trás da casa contrastou com o calor que eu sentia, em parte pela adrenalina da dança, em parte pelo absinto. se eu pudesse descrever a atmosfera que pairava no ar, eu diria que a estratosfera se confundiu com o céu, e que eu estava caminhando por um mar de nuvens que não me deixavam enxergar nada além da minha própria liberdade. simplesmente viva. não preciso de nada muito grandioso pra me sentir assim, apenas respirar sem culpa.

sentei na beira de piscina e me lembrei daquele quadro do caravaggio.. sabe qual? o narciso. eu tava na mesma posição, me vendo refletida na água. a única diferença era a ausência total de expressão.. eu não me adorava, não me cultuava.. apenas me olhava e acreditava que eu estava viva, bem ali. e nesse momento, percebi que realmente estava bêbada. quer dizer, quem pensa em caravaggio às 3 da manhã quando o dj mais famoso do mundo tá tocando na sala ao lado? acertou quem disse UM BÊBADO.

neste exato instante, olhei pra frente, decidida a me levantar e voltar pra junto dos meus amigos. e lá estava ele, do outro lado da piscina: 1,85 de altura, eu diria. e mais ou menos 90 kg muito bem distribuídos em forma de massa muscular. cabelos cacheados, castanhos. nem claros nem escuros, estranhamente castanhos e brilhantes, e emolduravam seu rosto com perfeição. lábios completamente simétricos; o nariz grande, porém bem delineado; e os olhos meio ocultos, talvez efeito da noite, talvez da minha visão anuviada pela bebida. é claro que não descobri tudo isso na primeira olhadinha, mas é que, subitamente, apolo veio em minha direção. seu nome, aliás, era guilherme, mas apolo lhe conviria perfeitamente.

o perfeito espécime de ser humano começou a conversar comigo, sobre banalidades.. e a partir de um determinado momento da conversa, não me lembro mais de nada. não tenho idéia do que aconteceu, mas acordei esta tarde na minha cama, sem noção de como vim parar aqui. fui correndo atrás da mirella, joguei uns verdes pra ver se ela sabia de alguma coisa, mas parece que ninguém viu nada, absolutamente nada de anormal na casa, nenhum movimento desconhecido.

droga, eu preciso descobrir o que aconteceu! quer dizer, o apolo pode ter me estuprado! ou todos os caras que estavam lá podem ter feito fila e transado comigo, um a um, anulando o resto de dignidade que eu ainda conservava! ou, sei lá, todo mundo da festa pode ter me visto desacordada e me ridicularizado, isso é tao desesperador!

já tentei ligar pra laila milhões de vezes, mas seu celular está desligado. e o telefone da casa, pra variar, está ocupado. então tô indo pra lá agora, e não saio até falar com ela, nem que eu espere até amanhã. preciso esclarecer essa história.. você não faz idéia do que tô sentindo.. é um desespero latente, palpável, fodido. odeio me sentir assim, impotente e desinformada, principalmente sobre minha própria vida.

então tô indo lá; assim que eu voltar, conto tudo. e se alguém fez alguma merda pra mim, quem quer que tenha sido, tenha certeza de que vai pagar muito caro.
tchau, diário. wish me luck.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

2

DIÁRIO DE MARIA REGINA
DIA 1

oi, diário, meu nome é maria regina. dãã, fico falando como se você fosse um objeto animado ou algo assim.. deixa eu reformular: meu nome é maria regina e essa é a primeira página do meu primeiro diário. e pra começar, vou contar um pouco da minha vida até agora.

falando nisso, meu nome todo é Maria Regina Oligari. sou filha de Abelardo Oligari e Anna Júlia Sodré Oligari. não que isso faça alguma diferença pra você, mas pro resto do mundo faz. minha mãe vem de uma família extremamente rica de portugal, somos decendentes de grandes comerciantes que enriqueceram na época do descobrimento, toda aquela parada das rotas marítimas e tal, e com o passar do tempo, ao invés de dissipar o nosso patrimônio, como a maioria dos novos ricos faz, simplesmente enriquecemos cada vez mais. e agora, 5 séculos depois, somos considerados da mais alta estirpe portuguesa (graças à mania mão-de-vaca da família).

quer dizer, até meu pai surgir na vida da mamãe.. filho de um conde falido, meu pai tem uma tendência dissipadora absurda. mas pelo jeito, mamãe se sentiu tão atraída por ele que nem ligou pros conselhos do vovô, que era completamente contra a união (e, dizem as más línguas, infartou no dia do casamento por puro desgosto, coisa que só facilitou o acesso do papai à grana). pormenores que não me interessam, claro. enfim, mesmo com a morte do vovó instantes antes do casamento, nada aplacou a férrea vontade da mamãe de se amarrar ao papai. e depois da lua de mel na índia, vieram morar na mansão em que nasci, a mesma que contém o quarto de onde escrevo agora.

não lembro muito bem da minha infância, me parece muito homogênea, regular mesmo. meu pai nunca estava em casa, sempre se metendo em grandes empreendimentos que nunca deram em nada, e a mamãe, ao que me parecia, vivia meio tonta. só depois de muito tempo fui ter consciência do que realmente significava aquele alheamento.

sempre vivi rodeada de barbies e empregados. e depois dessa fase, amigas e empregados. e depois desta, amigas, garotos e empregados. nunca deixaram de realizar sequer uma vontade material minha, por mais caprichosa que fosse. apesar disso, nas peças e apresentações da escola, quem ia me prestigiar era mirella, a governanta. arrisco até dizer que mesmo na posição de empregada, ela gostava mais de mim do que minha própria família. ou pelo menos se preocupava mais.. talvez ela simplesmente tivesse percebido que apesar do luxo, o que me importava mesmo era o reconhecimento, coisa que nunca tive (e provavelmente nunca terei) de ninguém da família.

falando em peças, eu sempre gostei muito de teatro. fiz parte da companhia estadual de teatro por muito tempo, ganhei prêmios, me diverti muito, até que um dia percebi que nem isso mais me acalmava. o que era terapia, se transoformou em mais um estorvo na minha vida. nessa época, eu tinha uns 16 anos, e já conseguia entender direitinho o que se passava na minha casa.

minha mãe, de calmante em calmante, whisky em whisky, tinha se transformado numa álcoolatra, que só dormia à base de remédios tarja preta, transando com qualquer um que pudesse provocar ciúmes no papai, que, por sua vez, gastava dinheiro em jogatinas, prostitutas, presentes e viagens de luxo com amantes, sem mencionar os negócios mal-sucedidos. minha avó, que morava com a gente, era uma fofoqueira filha da puta, que só sabia disseminar a discórdia entre a família e os amigos.. como se o caos já não fosse suficiente. e foi nesse ambiente nada propício pra uma criança, que eu cresci.


aaahh, me estendi demais nessa nostalgia tosca! tá na hora de me arrumar pra festa do ricardo e eu não tenho a MÍNIMA idéia do que vestir. então vamos lá: banana republic ou m. officer? haha, como se você fosse me ajudar em alguma coisa.. por que eu insisto em falar com você como se tivesse me escutando? meu deus, em vez de me ajudar, acho que esse papo de diário vai me enlouquecer..

enfim, por hoje é só. não vi nada de proveitoso nessa 'jornada de auto-descobrimento' até agora. aliás, meu pulso tá doendo de tanto escrever. na próxima consulta, vou sugerir fazer um blog, ao invés de um diário. impessoal porém prático. tchau, diário. depois vou pensar num nome ótimo pra você. beijo.

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capítulo 3 vai ser postado amanhã, como prometido ^^
obrigada aos leitores e tal, e, vocês sabem, pra críticas (construtivas) ou sugestões, o scrapbook tá aberto x)
beijo, gente!

1

hoje vou contar a história de uma menina. como toda a história sobre meninas, existe um menino. e existe também um contexto, amigos, intrigas, sofrimento e a felicidade. de todas as verdades absolutas, essa menina só tinha uma: para morrer, basta estar vivo.
o nome dela era maria regina e, segundo seus pais, era o nome de uma princesa que um dia se tornaria a maior das rainhas. metáfora desnecessária, diga-se de passagem, já que maria regina por si só já tinha uma fortuna muito maior do que a de vários reinados ainda existentes. mas, como acontece nesses casos, nem todo dinheiro do qual dispunha conseguia salvá-la de si mesma.
e assim, maria regina seguia. contava com 19 anos na época em que começa essa história, e estava em seu segundo ano de faculdade, cursando jornalismo. talvez nem fosse sua vocação, mas tudo o que necessitava era de um diploma. não iria trabalhar, de qualquer jeito, o título só reforçaria o status de sua família perante à alta sociedade. então, se você quisesse encontrar maria regina, era muito mais fácil ir ao shopping do que à uma biblioteca ou lugares do gênero. ninharias como livros e trabalhos acadêmicos simplesmente não faziam parte de seu mundo.
na tarde em que começa essa narrativa, maria regina se encontrava experimentando roupas na dior, agindo como se estivesse indecisa, mas com aquela certeza interna de que levaria todas as peças de que havia gostado. dinheiro não era problema, o execesso dele, inclusive, era sua maior preocupação. e por isso, andava cercada de guarda-costas, que, ao seu ver, só reforçavam sua posição social, e dessa maneira, a tornava ainda mais visível aos possíveis bandidos. whatever, como ela mesmo dizia. levou tudo o que experimentou e passou o cartão de crédito sem nem olhar a fatura. ligou para laila e se encontraram no sushi bar do shopping.
como era de se esperar, laila estava falando ao inseparável celular, na certa marcando alguma festa ou algum fica. maria regina se cansava das mesmas coisas, mas era covarde demais pra dar um outro rumo à sua vida. e, enquanto esperava sua amiga desligar, pediu saquê, como se o álcool fosse capaz de desanuviar sua cabeça, que ultimamente não se satisfazia nem quando seus desejos mais absurdos eram realizados.
após o término da ligação, as meninas começaram a discutir os mesmos temas de sempre, sobre as mesmas pessoas de sempre, que frequentavam os mesmos lugares de sempre. combinaram de se encontrar nesta mesma noite na festa do ricardo, um primo de laila, e cada uma seguiu para sua casa, afim de dormir um pouco antes da diversão.
ao invés de ir para casa, porém, maria regina foi à sua consulta com psicanalista. e, uma hora mais tarde, saiu do consultório com a cabeça mais leve e uma incumbência: escrever um diário. segundo o médico, ela só descobriria a fonte de seus problemas se despejasse-os em folhas de papel e depois analisasse minuciosamente cada detalhe de sua vida. essa jornada de auto-descobrimento, como disse dr. sérgio, contribuiria mais do que qualquer tratamento para a melhora de vida da menina. e com esse pensamento, pediu para que olavo, o motorista, a levasse numa papelaria, e lá, encadernado em couro, encontrou o diário que seria seu companheiro nos próximos meses.
esta história continua no post que vem. espero que fique boa :D
qualquer comentário será bem-vindo.
beijos
p.s.: desculpem a formatação, que tá horrível.. tô tentando editar ela, mas não tá dando. foi mal :/

culpa da bruna.

06:59 da manhã. tenho exatos 10 minutos pra escrever qualquer coisa que preste pra vocês, e depois me mandar pra merda da faculdade, pra assistir 4 horas de aulas entediantes, chegar em casa com o cerébro cansado pra caramba e simplesmente morrer na cama, como faço depos de toda boa madrugada mal dormida (sacaram a antítese? :P). e foi-se um minuto.
cara, eu tô com fome. acabei de comer 2 pães e um copo de suco de manga, e ainda tô com fome. mas não vou comer.. quer dizer, tenho que comer lá pelas 10 horas, me enxer de pão de brócolis com coca-cola, pra nem precisar almoçar. simplesmente chegar e me afogar no meu mar de lençóis, sem pressa, pra sempre.. até as 15:40. porque a essa hora, começa EVER AFTER, que é tipo, um dos melhores filmes água com açúcar do mundo. e pq o título desse blog se deve a ele, então, se vocês forem desocupados como eu, assistam. nem toda cultura inútil, de fato o é. e assim, unidos por uma sessão da tarde cult o/

e já se passaram 4 minutos.

ontem fui acordada com uma ligação do meu pai pra me dar umas instruções do contrato da facul e pra matar um pouquinho a saudade.. foi ótimo x)

hoje, fui acordada pela minha irmã, que abriu a merda da porta do quarto, que por sua vez, faz um barulho escroto quando abre, só pra ela espionar pq a luz tava acesa. TAVA ACESA PORQUE ÀS VEZES EU TENHO MEDO DE ESCURO, PORRA.
vai ficar me incriminando por isso? pior ainda, me acordando às 06:30, quando eu posso tranquilamente acordar às 07:15?!

eu sei que esse post tá chato, mas porra, a culpa toda é da bruna! se quiserem amaldiçoar alguém por estarem lendo essas merdas, falem com ela. porque se eu não tivesse acordado tão cedo, na certa não estaria tão desocupada agora, fato que sempre me leva à escrever.

falta apenas 1 minuto do tempo que estabelecemos, colegas!

então vamos firmes nessa marcha.. bom, pra finalizar, vou colocar pra vocês uma foto do presente que mais quero ganhar no momento x)


se alguém tiver grana pra me dar, tô aceitando x)

pq a mamãe só vai me dar se o meu boletim estiver coberto de notas 10, e vocês sabem tanto quanto eu, que isso é humanamente impossível. sempre tem aquele professor escroto que fode com a nossa cara, aquele colega filho da puta que não faz sua parte do trabalho, enfim, emprevistos.. então se alguém aí tiver recebido uma herança, pode gastar comigo x)

lhe serei grata pra sempre! (eu sei que é ênclise, mas fooooooda-se, pq o blog eh meu e eu odeio esses emails nojentos que ando recebendo com críticas estúpidas sobre o modo como escrevo. se eu sou vulgar ou qualquer que seja seu pensamento sobre mim, guarde pra si, porque, francamente, não me interessa.)


então, beijo!
fiquem bem, cara. e obrigada aos leitores e todo o parará de sempre.. passei 3 minutos do tempo estabelecido!
lembrem-se: guilherme zaiden dos blogs o/