我的唯一的上瘾将要是困难的

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

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hoje vou contar a história de uma menina. como toda a história sobre meninas, existe um menino. e existe também um contexto, amigos, intrigas, sofrimento e a felicidade. de todas as verdades absolutas, essa menina só tinha uma: para morrer, basta estar vivo.
o nome dela era maria regina e, segundo seus pais, era o nome de uma princesa que um dia se tornaria a maior das rainhas. metáfora desnecessária, diga-se de passagem, já que maria regina por si só já tinha uma fortuna muito maior do que a de vários reinados ainda existentes. mas, como acontece nesses casos, nem todo dinheiro do qual dispunha conseguia salvá-la de si mesma.
e assim, maria regina seguia. contava com 19 anos na época em que começa essa história, e estava em seu segundo ano de faculdade, cursando jornalismo. talvez nem fosse sua vocação, mas tudo o que necessitava era de um diploma. não iria trabalhar, de qualquer jeito, o título só reforçaria o status de sua família perante à alta sociedade. então, se você quisesse encontrar maria regina, era muito mais fácil ir ao shopping do que à uma biblioteca ou lugares do gênero. ninharias como livros e trabalhos acadêmicos simplesmente não faziam parte de seu mundo.
na tarde em que começa essa narrativa, maria regina se encontrava experimentando roupas na dior, agindo como se estivesse indecisa, mas com aquela certeza interna de que levaria todas as peças de que havia gostado. dinheiro não era problema, o execesso dele, inclusive, era sua maior preocupação. e por isso, andava cercada de guarda-costas, que, ao seu ver, só reforçavam sua posição social, e dessa maneira, a tornava ainda mais visível aos possíveis bandidos. whatever, como ela mesmo dizia. levou tudo o que experimentou e passou o cartão de crédito sem nem olhar a fatura. ligou para laila e se encontraram no sushi bar do shopping.
como era de se esperar, laila estava falando ao inseparável celular, na certa marcando alguma festa ou algum fica. maria regina se cansava das mesmas coisas, mas era covarde demais pra dar um outro rumo à sua vida. e, enquanto esperava sua amiga desligar, pediu saquê, como se o álcool fosse capaz de desanuviar sua cabeça, que ultimamente não se satisfazia nem quando seus desejos mais absurdos eram realizados.
após o término da ligação, as meninas começaram a discutir os mesmos temas de sempre, sobre as mesmas pessoas de sempre, que frequentavam os mesmos lugares de sempre. combinaram de se encontrar nesta mesma noite na festa do ricardo, um primo de laila, e cada uma seguiu para sua casa, afim de dormir um pouco antes da diversão.
ao invés de ir para casa, porém, maria regina foi à sua consulta com psicanalista. e, uma hora mais tarde, saiu do consultório com a cabeça mais leve e uma incumbência: escrever um diário. segundo o médico, ela só descobriria a fonte de seus problemas se despejasse-os em folhas de papel e depois analisasse minuciosamente cada detalhe de sua vida. essa jornada de auto-descobrimento, como disse dr. sérgio, contribuiria mais do que qualquer tratamento para a melhora de vida da menina. e com esse pensamento, pediu para que olavo, o motorista, a levasse numa papelaria, e lá, encadernado em couro, encontrou o diário que seria seu companheiro nos próximos meses.
esta história continua no post que vem. espero que fique boa :D
qualquer comentário será bem-vindo.
beijos
p.s.: desculpem a formatação, que tá horrível.. tô tentando editar ela, mas não tá dando. foi mal :/